Tudo Sobre Serra da Carnaíba

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ESTRUTURA DAS MINAS E O MODO DE FUNCIONAMENTO DO GARIMPO

Não existe discriminação de raça, sexo ou classe social no garimpo. Todos trabalham juntos. A extração mineral é a principal atividade econômica do município apesar disso não se investe como deveria na extração desses minerais e na segurança de quem os procura. Nota-se que a extração mineral é peculiar aos garimpos e que é realizada em galerias subterrâneas, normalmente sem uma análise prévia. No garimpo de Carnaíba a técnica de mineração é feita ainda artesanalmente e a desorganização começa desde o local escolhido para instalar uma mina, pois o processo de escavação da galeria é na encosta, onde os garimpeiros montam o serviço de extração, até a sua estrutura interna, bem como seu modo de funcionamento.



Nessas encostas os garimpeiros constroem barracões cobertos e ao centro, cavam um buraco vertical até encontrarem o veio de esmeraldas, sendo invisíveis para quem anda nas ruas do garimpo. Como nos mostra Freitas, (2001, p. 35) “o garimpeiro compra um corte, isto é, um lote e contrata alguns trabalhadores para furar a mina. O poço cavado verticalmente geralmente é chamado de frincha”. Para iniciar essa perfuração de uma mina, é preciso instalar bananas de dinamite em fendas feitas com uma britadeira. Os trabalhadores descem e sobe clipados num cavalo . Sem contar que o pó do xisto que se espalha no chão da boca do serviço que se junta com a água que brota da rocha e que desliza muito, ocasionando acidentes e alguns infelizmente, já caíram de uma altura de aproximadamente 60m.


Daí eles acompanham este veio formando uma gruna, que pode conter ou não as gemas. A estrutura das grunas, também é um risco, pois na maioria das vezes os trabalhadores têm que andar quase que agachados, pelo fato do teto ser baixo e em algumas partes ficar caindo pedras, é o que justifica em algumas grunas colocarem Esbirro.Sob a terra do garimpo estes serviços parecem um formigueiro. A estrutura interna de uma mina é composta de vários equipamentos fundamentais ao serviço. As minas funcionam 24 horas diárias. O numero de guinchos depende do numero de porões, para cada porão um guincho, no “Brasil ” tem o primeiro, que é acompanhado de um compressor de ar para a britadeira realizar a perfuração das rochas; a ventulina para retirar a fumaça das explosões; um padrão de luz para realizar a detonação e um cano de PVC que os garimpeiros utilizam para fazer a comunicação com “Japão ”, onde o guincheiro da uma assoprada no cano e no fundo da mina os trabalhadores respondem com outro assopro, realizando-se a comunicação. A maioria dessas escavações, ou cortes, acompanha o sentido do riacho que se despeja de uma altura de mais de dez metros através da serra.



O garimpo estar divido em dois trechos de exploração. Sendo trecho velho e trecho novo, onde ouve em parte do trecho velho um desabamento. Esse desabamento ocorreu no ano de 1969. Devido á infiltração de água na encosta, ocorrendo em seguida o deslizamento. Testemunhas contam que só ouviram o forte barulho e a grande nuvem de fumaça subir. Até hoje não se sabe ao certos quantas pessoas morreram, alguns corpos foram resgatados. Freitas, (2001, p. 38), expõe que em “certa manhã, numa hora em que os trabalhadores se encontravam ocupados na faina diária, ouviu-se forte estrondo acompanhado de gritos de desesperados”. Até hoje moradores ainda comentam o ocorrido.

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